A nasofaringite, também conhecida como rinofaringite ou resfriado comum, é uma inflamação que afeta a mucosa do nariz e da faringe. Trata-se de uma das infecções respiratórias mais comuns, especialmente durante as mudanças de estação, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo todos os anos.
Para entender melhor essa condição, o Dr. Guilherme Bonadia, otorrinolaringologista do INOF, explica o que é a nasofaringite, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento, se você sentir que tem os sintomas, é importante procurar um especialista em otorrinolaringologia. Boa leitura!
Entendendo a anatomia: o que é a faringe?
A faringe é uma estrutura anatômica que se localiza na região de cabeça e pescoço e conecta a região do nariz até a laringe e esôfago. Ela é dividida anatomicamente em algumas porções:
• Nasofaringe: parte superior da faringe, se localiza atrás da cavidade nasal e se comunica inferiormente com a cavidade oral.
• Orofaringe: porção média da faringe, posterior à cavidade oral e é local frequente de infecções. Se comunica com a nasofaringe superiormente, e com a laringofaringe inferiormente.
• Laringofaringe: parte inferior da faringe, é continuação da orofaringe e se liga à laringe e esôfago.
O que é Nasofaringite?
A nasofaringite é uma inflamação que acomete a nasofaringe, uma região que conecta o nariz à garganta. Essa inflamação pode ser causada por vírus, bactérias ou agentes irritantes, como poluentes e alérgenos. O resfriado comum, por exemplo, é uma forma de nasofaringite viral, e representa a grande maioria dos casos. No entanto, a infecção também pode ser de origem bacteriana, sendo esta menos frequente, mas necessitando de uma abordagem terapêutica diferenciada.
Segundo o Dr. Guilherme, “a nasofaringite viral é autolimitada, ou seja, tende a se resolver sozinha em um período de 7 a 14 dias, enquanto a nasofaringite bacteriana pode requerer o uso de antibióticos para seu tratamento adequado.”
Causas da Nasofaringite
A principal causa da nasofaringite é a infecção por vírus. Os rinovírus são responsáveis por cerca de 50% dos casos de resfriado comum, mas outros vírus, como o coronavírus (diferente do SARS-CoV-2), adenovírus, vírus sincicial respiratório (VSR – frequente causador da bronquiolite) e enterovírus, também podem ser agentes causadores.
A nasofaringite bacteriana, por outro lado, pode ser causada por bactérias como Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. Esta forma de infecção geralmente ocorre após uma infecção viral, quando o sistema imunológico já está enfraquecido.
Com frequência pode ocorrer um bloqueio das vias de drenagem dos seios da face devido à inflamação causada na mucosa nasal, ocasionando quadros de sinusite e até otite média aguda.
Fatores de risco como contato com pessoas infectadas, exposição a ambientes frios e secos e baixa umidade do ar podem aumentar a probabilidade de infecção. “A população pediátrica é a mais afetada, podendo ocorrer de 5 a 8 episódios por ano de infecção de vias aéreas superiores, e isso ocorre devido ao sistema imunológico que está em desenvolvimento e está sujeito a exposição a diferentes vírus e bactérias. Outras populações que também estão sujeitas são pacientes imunocomprometidos e idosos.” destaca o especialista.
Sintomas comuns da Nasofaringite
Os sintomas da nasofaringite podem variar em intensidade e duração dependendo da causa da infecção. Nos casos de origem viral, os sintomas mais comuns incluem:
• Congestão nasal;
• Coriza (secreção nasal);
• Dor de garganta;
• Espirros;
• Tosse;
• Febre baixa (especialmente em crianças);
• Mal-estar geral;
• Dores musculares leves.
“O principal diferencial da nasofaringite bacteriana para a viral é a presença de febre alta, dor intensa na garganta, presença de secreção purulenta e um quadro que persiste por mais de 10 dias sem melhora significativa”, explica o Dr. Guilherme Bonadia. Em casos graves, a infecção pode se estender para outras partes do sistema respiratório, levando a complicações como otite média, sinusite ou até mesmo pneumonia.
Diagnóstico da Nasofaringite
O diagnóstico da nasofaringite é geralmente clínico e baseado na história do paciente e nos sintomas apresentados. O médico otorrinolaringologista pode realizar um exame físico para verificar sinais de inflamação na nasofaringe e detectar a presença de secreções. Exames complementares como nasofibrolaringoscopia também podem ser realizados durante a consulta médica com otorrinolaringologista.
Em casos em que há suspeita de infecção bacteriana ou quando os sintomas persistem por um período prolongado, exames complementares, como a cultura de secreção nasal ou exames de imagem, podem ser solicitados. O Dr. Guilherme Bonadia ressalta: “A realização de exames complementares deve ser individualizada e pode ser aprofundada em casos específicos, como nos pacientes imunocomprometidos ou naqueles com sintomas severos e/ou persistentes.”
Tratamento da Nasofaringite
O tratamento da nasofaringite depende da causa da infecção. Nos casos virais, o tratamento é geralmente sintomático e inclui:
• Hidratação: Manter-se bem hidratado ajuda a fluidificar as secreções nasais e alivia a congestão.
• Analgesia: O uso de analgésicos e antitérmicos, como paracetamol, dipirona ou ibuprofeno, pode ajudar a aliviar sintomas como dor de garganta, dores no corpo e febre.
• Descongestionantes nasais: Orais ou tópicos nasais, podem ser usados por um curto período para aliviar a congestão nasal, mas seu uso prolongado não é recomendado devido ao risco de efeito rebote. Esta medicação deve sempre ser orientada por um otorrinolaringologista.
• Repouso: É essencial para ajudar o corpo a combater a infecção.
• Lavagem nasal: É um pilar fundamental para o tratamento e limpeza de secreções da cavidade nasal. Faz com que a mucosa nasal possa voltar a sua atividade normal com mais eficácia e agilidade.
“No caso de infecções bacterianas, o uso de antibióticos pode ser necessário para erradicar o agente patogênico e prevenir complicações”, afirma o Dr. Bonadia. No entanto, é importante lembrar que o uso indiscriminado de antibióticos pode levar à resistência bacteriana, motivo pelo qual deve ser sempre orientado por um profissional de saúde.
Prevenção da Nasofaringite
A prevenção da nasofaringite inclui medidas simples, mas eficazes, como:
• Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel;
• Uso de máscaras quando presença de sintomas ou quando contato com indivíduos sintomáticos;
• Evitar contato próximo com pessoas infectadas;
• Manter o ambiente arejado e umidificado;
• Evitar o uso excessivo de aquecedores que ressequem o ar;
• Hidratação e sono adequados;
• Ter uma alimentação saudável e equilibrada para fortalecer o sistema imunológico.
O Dr. Bonadia enfatiza a importância da vacinação: “Embora não exista uma vacina específica contra todos os vírus que causam a nasofaringite, a vacinação contra influenza pode reduzir significativamente a incidência de infecções respiratórias durante o inverno.”
Complicações possíveis
Apesar de ser uma condição relativamente simples, a nasofaringite pode evoluir para complicações mais sérias, especialmente em indivíduos vulneráveis, como crianças, idosos e pacientes imunocomprometidos. As complicações mais comuns incluem:
• Otite média aguda;
• Sinusite aguda;
• Exacerbação de asma;
• Pneumonia.
“O tratamento precoce e o acompanhamento adequado são fundamentais para evitar complicações, principalmente em pacientes que apresentem sintomas mais graves ou que não respondam ao tratamento inicial,” conclui o Dr. Guilherme Bonadia.
A nasofaringite é uma condição comum, mas que requer atenção adequada para evitar complicações. Consultar um otorrinolaringologista é essencial, especialmente em casos persistentes ou recorrentes. Manter boas práticas de higiene, sono, cuidar do sistema imunológico e buscar orientação médica são medidas fundamentais para lidar com essa condição.
Para mais informações o Dr. Guilherme Bonadia e sua equipe estão disponíveis no Pronto Atendimento em Otorrinolaringologia do INOF, oferecendo orientação e tratamento para garantir a saúde respiratória de seus pacientes.
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