A apneia do sono é um distúrbio respiratório que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas muitas vezes passa despercebido.
A apneia do sono é um distúrbio comum que afeta certa de 30% da população brasileira. Essa condição ocorre quando há obstruções repetitivas da garganta durante o sono, gerando apneias e hipopneias recorrentes. A apneia do sono pode levar a complicações sérias de saúde, incluindo problemas cardíacos. De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono.
Caracterizada por pausas na respiração durante o sono, essa condição pode ter graves consequências para a saúde cardiovascular, metabólica e cognitiva.
O Dr. Paulo Augusto Vichi Jr., especialista em medicina do sono, alerta para a necessidade do diagnóstico precoce e da busca por tratamento adequado.
O que é a Apneia do Sono?
A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções repetidas na respiração durante o sono. Essas pausas podem durar alguns segundos ou até minutos e ocorrer várias vezes por hora.
Existem três tipos principais de apneia do sono:
- Apneia obstrutiva do sono (AOS): a forma mais comum, ocorre quando os músculos da garganta relaxam e bloqueiam as vias respiratórias.
- Apneia central do sono: menos comum, acontece quando o cérebro deixa de enviar sinais adequados para os músculos que controlam a respiração.
- Apneia do sono complexa: combina elementos das duas formas anteriores.
Quais são os sinais de alerta?
Muitos pacientes não percebem os sintomas da apneia do sono, pois ocorrem durante a noite. No entanto, sinais como ronco alto e frequente podem ser um alerta. Outros sintomas incluem:
- Engasgos ou sensação de sufocamento durante o sono.
- Sonolência excessiva durante o dia.
- Dores de cabeça matinais.
- Dificuldade de concentração e lapsos de memória.
- Irritabilidade e alterações de humor.
- Hipertensão arterial e outros problemas cardiovasculares.
Se você ou alguém próximo apresenta esses sintomas, buscar ajuda médica é fundamental.
Por que o diagnóstico precoce é essencial?
O Dr. Paulo Augusto destaca que o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves. A apneia do sono está diretamente associada a diversas condições de saúde, como:
- Doenças cardiovasculares: O distúrbio aumenta significativamente o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
- Hipertensão arterial: O esforço do organismo para restabelecer a respiração pode elevar a pressão sanguínea.
- Diabetes tipo 2: A apneia pode afetar a regulação da glicose no sangue, aumentando o risco de diabetes.
- Declínio cognitivo: A privação do sono de qualidade pode impactar a memória e a capacidade de raciocínio, contribuindo para doenças neurodegenerativas.
Como é feito o Diagnóstico?
A identificação da apneia do sono envolve uma avaliação clínica detalhada e exames específicos, como:
- Consulta com um especialista em medicina do sono: O médico avalia histórico clínico, sintomas e fatores de risco.
- Polissonografia: Exame padrão-ouro para diagnóstico da apneia, realizado em laboratório do sono ou em casa. Ele monitora a atividade cerebral, a respiração e a oxigenação do sangue durante o sono. No INOF e INOF JK realizamos a polissonografia domiciliar – WatchPAT, simples e fácil de realizar no conforto da sua residência.
Opções de Tratamento
O tratamento da apneia do sono depende da gravidade do caso e pode incluir:
- Mudanças no estilo de vida: Para casos leves, perder peso, praticar atividade física regularmente e evitar álcool e sedativos antes de dormir podem ajudar a reduzir os sintomas.
- Uso de CPAP (Continuous Positive Airway Pressure): Um aparelho que fornece fluxo de ar contínuo para manter as vias aéreas abertas durante o sono, sendo altamente eficaz em casos moderados e graves.
- Dispositivos orais: Placas intraorais podem ser indicadas para manter a posição correta da mandíbula e facilitar a respiração.
- Tratamento cirúrgico: Para casos em que há obstruções estruturais significativas, como desvio de septo grave ou aumento das amígdalas.
A apneia do sono é um distúrbio sério, mas tratável. Identificar os sinais precocemente e buscar avaliação médica pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e prevenção de complicações.
Se você ou alguém próximo apresenta sintomas como ronco frequente, sonolência diurna excessiva e dificuldade de concentração, marque uma consulta com um especialista em medicina do sono para avaliação e, se necessário, iniciar o tratamento adequado.
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