Videoendoscopia da Deglutição

Sobre o exame de Videoendoscopia da Deglutição

A deglutição, um processo automático presente desde a vida fetal, pode ocorrer de forma involuntária, como quando engolimos saliva ao longo do dia, ou de maneira voluntária, como ao comer. Este processo consiste em transportar o conteúdo da boca até o estômago.

A deglutição se desdobra em diversas fases:

Fase preparatória: ao encontrarmos o alimento, o olfato e a visão estimulam a produção de saliva.

Fase oral: iniciamos a preparação do bolo alimentar ao capturar o alimento com os lábios, misturando-o com saliva através da mastigação e da movimentação da língua.

Fase faríngea: o bolo alimentar preparado é programado para a parte posterior da boca, a orofaringe e a hipofaringe, para ser direcionado ao esôfago.

Fase esofágica: o alimento é direcionado ao estômago por meio dos movimentos peristálticos do esôfago.

A avaliação funcional da deglutição por meio da videoendoscopia tem como objetivo identificar distúrbios nas fases orais e, especialmente, faríngea da deglutição. A videoendoscopia da deglutição é realizada por um médico otorrinolaringologista, utilizando um aparelho chamado nasofibroscópio flexível, sem o uso de anestesia para não afetar os reflexos da faringe e da laringe.

Este procedimento é indicado tanto para adultos quanto para crianças, especialmente para aqueles que sofrem de engasgos com saliva ou durante a alimentação, além de outras dificuldades alimentares, principalmente em casos de doenças neurológicas, neurodegenerativas, AVC, traqueostomia ou pneumonias recorrentes.

Durante o exame, são oferecidas amostras de alimentos líquidos da dieta habitual do paciente, coloridas com corante comestível, em diferentes consistências, como líquido, espesso, pastoso e sólido, conforme a dieta do paciente.

Isso permite observar a contração dos músculos da faringe, a presença de resíduos alimentares e sinais de penetração e aspiração de alimentos ou saliva para as vias aéreas em direção aos pulmões.

O exame é registrado em mídia digital, e tanto o paciente quanto o médico solicitante recebem o relatório e a gravação. Com base nos dados observados durante o exame, é possível determinar o grau de disfagia e orientar o médico assistente na escolha da via de alimentação, oral ou alternativa, assim como nas terapias fonoaudiológicas permitidas.