Envelhecer bem: muito além dos exercícios físicos

A matéria recente publicada no jornal O Estado de São Paulo aborda que envelhecer bem não basta investir em exercícios, embora sejam importantes, pesquisas apontam a importância de fatores como sociabilidade, leitura e condicionamento mental.

A matéria destaca que, embora os exercícios físicos sejam fundamentais para a saúde física, eles não são suficientes para garantir um envelhecimento saudável. Pesquisas recentes têm mostrado que o bem-estar na terceira idade está atrelado a uma série de fatores além da prática de exercícios.

Sociabilidade, leitura, estímulo cognitivo e a qualidade do sono desempenham papéis essenciais na preservação da saúde mental e na prevenção de doenças neurodegenerativas, como a demência e o Alzheimer.

A importância do condicionamento mental

Com o passar dos anos, o cérebro passa por mudanças significativas, especialmente nas áreas relacionadas à memória e à cognição. Assim como o corpo, o cérebro também precisa ser exercitado para manter suas funções em pleno funcionamento.

O Dr. Paulo Bedê Miranda, otorrinolaringologista do INOF e INOF JK, observa que atividades como leitura, jogos de raciocínio, resolução de quebra-cabeças e participação em atividades sociais ajudam a manter o cérebro ativo e podem retardar o declínio cognitivo. “O cérebro deve ser constantemente desafiado para manter  sua plasticidade”, afirma o médico.

Sociabilidade: um pilar fundamental para o envelhecimento saudável

Outro aspecto crucial para o envelhecimento bem-sucedido é a interação social. A solidão tem sido amplamente relacionada ao declínio cognitivo em idosos, e estudos mostram que manter laços sociais fortes pode proteger contra o desenvolvimento de demência.

“Quando nos mantemos conectados com outras pessoas, estamos exercitando habilidades cognitivas importantes, como a memória e a comunicação”, explica o Dr. Bedê.

O papel da qualidade do sono na prevenção de Demências

O sono é outro fator chave na prevenção de doenças neurodegenerativas. Na terceira idade, a qualidade do sono muitas vezes diminui devido a alterações nos ritmos circadianos, problemas de saúde ou efeitos colaterais de medicamentos.

No entanto, a figura anexa demonstra situações que podem prejudicar o sono, especialmente na terceira idade, incluindo dores crônicas, distúrbios respiratórios, alimentares e do aparelho urinário.

COPD = Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

GERD = Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

TMJ = Articulação Temporomandibular (ATM)

CAD = Doença da artéria coronária

CHF = Insuficiência Cardíaca Congestiva

O Dr. Paulo Bedê Miranda destaca que uma noite de sono inadequada pode não apenas piorar problemas de saúde física, mas também contribuir para o comprometimento cognitivo. “A privação crônica de sono leva à dificuldade de concentração, lapsos de memória e até alterações de humor que podem ser confundidas com sinais de demência”, ele alerta.

Estudos indicam que o sono de qualidade é crucial para a consolidação da memória e para a eliminação de proteínas tóxicas no cérebro, como a beta-amiloide, que está associada ao Alzheimer. Em contrapartida, a falta de sono prejudica esses processos e acelera o declínio cognitivo. “Os idosos devem ser encorajados a manter uma rotina de sono regular, praticar boa higiene do sono e tratar qualquer distúrbio subjacente, como apneia do sono, que é comum nessa faixa etária”, sugere o Dr. Miranda.

Cuide da higiene do sono

As dicas de higiene do sono incluem criar um ambiente propício ao descanso, manter uma rotina regular de horários para dormir e acordar, evitar estimulantes como cafeína perto da hora de dormir e garantir que o quarto seja silencioso, escuro e confortável. Além disso, a prática de exercícios físicos moderados, como caminhar durante o dia, pode melhorar a qualidade do sono noturno.

A matéria do jornal nos lembra que envelhecer bem é um processo complexo que exige atenção a diversos aspectos da vida. Além dos exercícios físicos, é essencial cuidar da mente, manter-se socialmente engajado e garantir uma boa qualidade de sono. O Dr. Paulo Bedê Miranda destaca que a integração dessas práticas pode não apenas melhorar a qualidade de vida na terceira idade, mas também ajudar a prevenir doenças graves, como a demência e o Alzheimer. Portanto, o envelhecimento saudável exige um esforço contínuo e multifacetado, onde corpo, mente e sono estão interligados e precisam de cuidados diários.

Dessa forma, investir em uma abordagem holística para o envelhecimento é a chave para garantir que os anos dourados sejam vividos com vitalidade e saúde.


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